[Resenha]: O Mundo Perfeito ♥

Olá Florzinhas!!!
A resenha de hoje é a do livro O Mundo Perfeito, da autora parceira Cláudia Marczak, publicado pela Editora Penalux, também parceira do blog. Confira:


"O cheiro de tabaco de Severino tomava o ar. Eduardo nunca fumara. Eduarno nunca fizera nada que não fosse politicamente correto. (...) Estava cansada. Eduardo beijou sua nuca levemente. Luísa sentiu vontade de chorar". Luísas, como no romance de Claudia Marczak, são mulheres que percebem tarde que o mundo escolhido não éo que almejaram. A única liberdade se encontra na ousadia de se aventurar-se. Os romances de Marczak são portas para o universo feminino, aparentemente desconhecível, mas na obra da autora, cada vez mais desnudo, claro e profundo. O romance O Mundo Perfeito me fez cair de um cosmo idealizado em direção à matéria pecaminosa. Não há um homem ou mulher justo sequer.

Luísa tem tudo. Ou nada.
Rica e com um marido que ela denomina como príncipe (para ela, um pouco exagerado com relação a zelo e cuidado), é vazia.
Seus dois filhos não lhe agradam, segundo ela e seus  maldosos e até certo ponto desumanos paradigmas, a menina é obesa e antipática, e o menino, esquálido e sem vida.


"Havia tempos não desfrutava o sabor da solidão, embora o grande paradoxo de sua vida fosse a falta daquilo que ela sentia demais. Sentia-se só, mas não era só".

Diante disso, ela não consegue aceitar que dela e de seu belo marido Eduardo, nascera aquelas duas criaturas (para os seus parâmetros), tão estranhas.

"...logo com ele, um homem tão lindo, tão inteligente, tão brilhante, tão perfeito!"

Por causa desta falta de aceitação, Luísa não consegue nutrir bons sentimentos para com os filhos, quem dirá, amor.
Por isso, não exerce papel de mãe, este fica sobre responsabilidade de babás que fazem de tudo para evitar qualquer stress da patroa com as brincadeiras, brigas ou birras das crianças.
Tudo isso piora quando, fugindo do pedido de ter mais um filho e com medo de gerar mais uma "aberração", ela arruma um vazamento no banheiro da mansão para adiar a indesejada gestação, já que este precisaria de uma reforma, transformando aquele momento em um mal momento.
Então, um pedreiro é contratado, Severino, e junto dele, acompanhando o serviço do pai, dois meninos lindos (pobres e sujos, mais uma vez, segundo Luísa), transformam a frustração ainda maior, visto que, ela, seu marido e suas belezas, não haviam conseguido procriar filhos bonitos e ideais, já aquela família pobre...
Desta maneira, não se reconhecendo, mas, do mesmo modo seguindo o seu lema "eu quero, eu faço/tenho", Luísa desenvolve algo por aquele peão da construção, só não sabe como denominar essa loucura... além de criar uma afeição enorme pelos filhos deles, os gêmeos W. os quais ela pretende ajudar.



"...ele podia lhe oferecer: uma válvula de escape para sua vidinha tediosa e um filho que poderia ser a sua redenção".


Li o livro em um dia e desde a primeira página, senti ódio de Luisa, já que a história é contada através de seus pensamentos e assim, temos acesso a futilidade, crueldade e preconceito com que trata sua riqueza e os menos favorecidos, chamados por ela de "carentezinhos" e entre outros, se achando superior a todos e a todo momento.
No final, fiquei feliz com o "troco" e surpresas que ela recebeu, e logo me desanimei de novo, quando ela, assim como a sociedade tenta nos impor a cada dia mais com o papo de que as famílias e os tempos mudaram, aceita viver de uma maneira infiel, injusta e até pecaminosa (dependendo do ponto de vista) achando que isso seria normal e então, perfeito.
Mas o mundo não é perfeito, e eu sei, as famílias não são perfeitas, assim como ninguém é, porém, a personagem principal quer zelar por uma vida melhor para crianças menos favorecidas (ajudando os tão queridos gêmeos e financeiramente em ONG's, etc) e mesmo assim, menospreza toda essa classe, e acabará por criar estes seres humanos em um berço de cobra, não de ouro.
Tirando minha crítica à Luísa, com quem não me simpatizei, o livro tem uma escrita muito leve (apesar da maldade da personagem) e fácil de entender, fluindo rapidamente. Além disso, é possível perceber que há muitas mulheres (não só elas, aliás) na vida real, que deixam o dinheiro e o luxo tomar conta de suas cabeças. 
Serve como uma reflexão não só de como pensamos, mas como agimos e tratamos aqueles que precisam mais do que nós e de nós.
Para terminar, é certo que recomendo o livro para uma leitura gostosa e instigante, que sirva de diversão e lição.

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É isso pessoal, um beijo e até a próxima ♥♥♥ 

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